Sem isolamento social como o Japão consegue conter o Coronavírus


Com apenas dez focos de covid-19, registrado até terça-feira (24/03), 41 mortos e 1.166 infecções confirmadas. O Japão surpreende o mundo com algumas dezenas de novos contágios são adicionados diariamente às estatísticas.

No entanto, o governo demorou a tomar medidas mais rígidas. O primeiro-ministro Shinzo Abe fechou as escolas duas semanas antes das férias, e todos os eventos foram cancelados. Mas lojas e restaurantes permaneceram abertos, e não foram muitos os japoneses que começaram a trabalhar de casa.

“Apenas os pacientes com os sintomas mais severos são testados”, informa o virologista Masahiro Kami, do Medical Governance Research Institute. “O número de casos não registrados é, portanto, muito alto”, avalia. O cientista político Koichi Nakano acusa o governo japonês. “O primeiro-ministro Shinzo Abe quer retratar o Japão como um país seguro”, diz.

O país usa a seguinte tática: só faz uma ação mais aprofundada  onde existe acúmulo de infecções. Por exemplo, quando a doença foi detectada em uma escola primária, a ilha de Hokkaido, no norte do país, fechou todas as escolas e declarou estado de emergência. Após três semanas, o vírus parou de se espalhar.

Como japoneses não costumam apertar as mãos, ou beijo no rosto e sim ser curvarem. O contato por esse tipo de saudação.

“Lavar as mãos, fazer gargarejos com solução desinfetante e usar máscaras fazem parte de nossa vida cotidiana. Para isso, não precisamos de coronavírus”, relata uma japonesa, mãe de duas crianças.

Em fevereiro desde ano o governo disponibilizou, desinfetantes para as mãos estão disponíveis em todas as lojas e entradas de empresas. Usar máscaras tornou-se uma obrigação civil.

Os japoneses já consumiam 5,5 bilhões de máscaras por ano, costumeiramente,uma média de 43 por pessoa. Essa cifra saltou tanto durante a pandemia que as lojas ficaram sem estoque de máscaras. Novas remessas passaram a ser vendidas de forma racionada

Em razão desse sucesso, o primeiro-ministro Shinzo Abe optou há uma semana por não declarar estado de emergência nacional. Desde então, os japoneses estão voltando lentamente à vida cotidiana normal. As escolas de reforço pedagógico voltaram a funcionar, as crianças sentam-se a uma determinada distância umas das outras em salas ventiladas. Os primeiros parques de diversões abrem, mas quem apresenta febre tem que ficar do lado de fora.

O governo, porém, teme uma segunda onda de infecções. Por isso, no início do novo ano escolar, em abril, só as escolas em áreas sem registro de casos devem reabrir. Eventos maiores continuam proibidos.

A preocupação principal dos japoneses está no perigo apresentado por visitantes estrangeiros. Depois dos sul-coreanos,cidadãos da União Europeia (UE) que estão impedidos de entrar no país. Só aqueles residentes no Japão podem entrar, mas todos os que chegam da Europa devem ficar em quarentena por 14 dias. Segundo informações não oficiais, as medidas devem vigorar inicialmente até o final de abril.

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